sexta-feira, 29 de abril de 2011

Mortal Kombat: conheça os spin-offs da série



jogos

Poucas são as coisas que se mantém as mesmas quando o assunto é jogo de luta. O que dirão fãs de Street Fighter, que foram sujeitados a tantas revisões e subsistemas (Super Combos, Alpha Counter, Super Arts, EX Attacks, Focus Cancels, entre outros) em mais de 30 anos de série que é difícil manter registro – e a mínima eficiência – toda vez que um novo SF chega em cena?

Mortal Kombat: Shaolin Monks (Foto: Divulgação)
Mortal Kombat: Shaolin Monks (Foto: Divulgação) Algo similar ocorreu com a série Mortal Kombat, embora em muito menor escala. A série ganhou o incremento de armas e estilos de arte marcial cambiáveis em Deadly Alliance, armadilhas e counters especiais em Deception e até um editor de personagens em Armaggedon.
Mas com a Netherrealm firme em retornar às raízes dos dois primeiros Mortal Kombat com MK9, é difícil encontrar uma série por aí tão orgulhosa de suas mecânicas fundamentais. O que é sem dúvida uma coisa irônica para dizer sobre uma franquia popularmente conhecida por ter ninjas arrancando a cabeça de ciborgues com bolas de fogo.
Claro que nem tudo se manteve estável com a série. Nos tempos de Midway, a equipe tentou a sorte em gêneros bem fora de suas aparentes aptidões. Confira abaixo os três spin-offs da série.
Mortal Kombat Mythologies: Sub-Zero (Nintendo 64, PlayStation One)

Mortal Kombat Mythologies (Foto: Divulgação)Mortal Kombat Mythologies (Foto: Divulgação)
Em 1997 (cinco anos depois do lançamento do primeiro Mortal Kombat), Ed Boon e seu time percebeu que seus personagens dariam um bom caldo para experiências um pouco mais… amplas. O resultado foi Mythologies, um side-scroller que contava com detalhes (e requintes de nonsense) a história do ninja Sub-Zero, da raiz de seus poderes até sua lendária rivalidade com o infernal Scorpion.
O jogo juntava clássicos como Prince of Persia e Super Mario Bros. em uma mesma mistura: Sub-Zero tinha como objetivo cruzar cenários lotados de precipícios, pontos elevados e monges furiosos. O jogo ainda funcionava sobre os mesmos preceitos do jogo de luta original: chefes de fase eram enfrentados no mesmo formato famoso – barras de vida, Fatalities e tudo – e era possível


realizar a maioria dos golpes tradicionais do ninja com os mesmos comandos do fliperama. Apesar da premissa divertidíssima, navegar pelos cenários usando uma jogabilidade de luta tradicional exigia a mesma dificuldade que amarrar um cadarço usando luvas de boxe.
Mesmo assim, o maior vilão do jogo (curiosamente) foi sua data de lançamento. Mythologies dividiu seu calendário com Mortal Kombat 4, o primeiro jogo da série a apostar em gráficos 3D. Os visuais do game de aventura ainda eram amplamente baseados nos mesmo FMV de cinco anos atrás (atores eram gravados em estúdio e passados para o jogo em formato de baixa resolução). Para os fãs, a escolha foi fácil: ver sangue escoar em três dimensões era um apelo forte demais.






Mortal Kombat: Special Forces (Foto: Divulgação)Mortal Kombat: Special Forces (PlayStation One)
Mortal Kombat: Special Forces (Foto: Divulgação)
Eis um game teve tudo para dar errado: em uma época em que desenvolvedores se "digladiavam" para compreender a fórmula secreta por trás de jogos tridimensionais, a Midway decidiu que o melhor modus operandi seria enfiar Mortal Kombat no meio, apostar em um level design que faria Rayman se dobrar em dois e ver no que iria dar.
Não em muita coisa, se nos permitir o adiantamento. Special Forces, assim como Mythologies, contava uma história focada em um dos personagens clássicos – no caso Jax e sua força paramilitar – e era considerada uma espécie de história de origem definitiva. A jogabilidade que lembra os piores momentos de Fighting Force e os cenários terrivelmente mal construídos não permitiam lá muita exposição dramática, e suspeitamos que muitos por aqui não tenham tido péssimo gosto para terminá-lo de cabo a rabo.
Também como Mythologies, o fracasso de Special Forces se deve a razões menos óbvias. O jogo se manteve por muito tempo em desenvolvimento, ora circulando pela equipe criativa e manchetes de revista, ora sendo empurrado – ou mesmo cancelado – para datas não divulgadas. Depois que John Tobias – co-fundador da franquia – deixou a Midway, o projeto foi repentinamente colocado em produção. Os três anos em que ele passou em estado indefinido não fizeram nada bem para o título.
Resultado? Enquanto Mythologies vendeu milhões de cópias, Special Forces chegou longe de evitar o fiasco: a Midway se viu obrigada a cortar a versão para N64, vender o jogo abaixo do preço de mercado e com o mínimo de publicidade possível.


Mortal Kombat: Shaol in Monks
(PlayStation 2, Xbox)

Mortal Kombat: Shaolin Monks (Foto: Divulgação)Mortal Kombat: Shaolin Monks (Foto: Divulgação)
Quatro anos depois do fracasso de Special Forces em 2000, a Midway decidiu investir novamente em um spin-off de ação para Mortal Kombat, e os ânimos não estavam nada singelos. Apesar dos fracassos de venda, David F. Zucker, então presidente da Midway, chegou a citar Shaolin Monks como o precursor de um formato que seria adotado anualmente pela série.
Nada disso jamais aconteceu, mas ao menos desta vez não foi pelo crédito dado a Shaolin Monks. O jogo (pasmem) era muito bom! Não era um clássico imperdível – isso de maneira alguma – mas as idéias por trás do título eram inegavelmente competentes: o jogo mesclava um sistema de combate aberto que lembrava Prince of Persia Warrior Within, com elementos de RPG e cenários inspirados em Mortal Kombat II. A trilha sonora, inclusive, é incrível.

Para complementar a jogabilidade simples e precisa, o jogo contava com uma boa trama (com suas falhas de continuidade, mas fazer o quê?) e um conjunto de Fatalities numerosos e criativos, muitos dos quais homenagens apaixonadas a Monty Python. Shaolin Monks foi bem recebido pelos fãs e pela crítica especializada, e seu sucesso no mercado rendeu frutos comparáveis aos de Mythologies.
Visitar o passado é sempre emocionante, não é? Mas gostaríamos de saber: qual destes foi seu favorito? Vocês gostariam de ver a Netherrealm apostar em novas idéias malucas para a série, ou acha que Mortal Kombat deveria ficar onde está?

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